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POEMAS IV - A Cigana - Um Novo Dia - Em Um Minuto - Cinderela - O Pintor de Quadros - Doçura - Divisão - Menina da Noite

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POEMAS IV - A Cigana - Um Novo Dia - Em um Minuto - Cinderela - O Pintor de Quadros - Doçura - Divisão - Menina da Noite

 

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CONTOS I - Cedo Demais

 

CONTOS I - Cedo Demais (final)

 

CONTOS II - Ciranda, Cirandinha...

 

CONTOS II - Ciranda, Cirandinha...(final)

 

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ENCERRAMENTO

                             A CIGANA
                                    
O violino está tocando, enquanto ela se aproxima,
nesse instante que, escondida dos outros, vem me ver...
Cigana de saia longa e vermelha,
de blusa branca e rendada,
usa uma corrente de ouro que passeia
perdida na cabeleira de fios compridos.
Nas mechas - enfeites -
que ornamentam os cabelos
nas orelhas - brincos que se destacam,
braceletes e pulseiras nos braços
nos dedos das mãos - anéis, no corpo - sedução.

 

E esta linda cigana,

que dança em círculos e nos envolve neles,
continua dançando ao som da música
que toca no acampamento.
Vem ler a minha  mão, deita as cartas para ver o futuro,
tenta desvendar se continuaremos juntos,
insistindo nesse amor é mal visto pelo seu povo...
- quer romance, ternura e afinidade -
Deixo de ser um mero gadjo, sempre que nos encontramos
tão entregues nesse costumeiro ritual cigano,
tocando-nos através de olhares - mutuamente rodeados,

estamos os dois - profundamente enamorados,
sinto-me envolvido - está ela,
cigana - cada minuto a mais no misticismo.

 

                              UM NOVO DIA

O dia nasceu, como sempre acontece,
tanto que praticamente ninguém deu importância ao fato.
Nas ruas, indo e vindo, as pessoas permaneciam ocupadas,
tão entretidas nas tarefas do cotidiano,
que esqueciam... Vejam só!...
De notar o que realmente importava.
O sorriso da manhã, linda e radiante, que lhes dava

- "Bom-dia!".

                           EM UM MINUTO

Olhando para seus cabelos
tive vontade de acariciá-los;
dos seus olhos
quis a luz para guiar meus passos;
dos seus lábios quis o mel
das palavras mais bonitas,
após obter deles os beijos mais doces...


Olhando para seus braços
pensei o quanto seria bom
neles me envolver,
com seu corpo, num abraço,
a me aquecer até os mais frios devaneios.


Que maravilhosa é a imaginação!
Perdi-me nessas divagações em um minuto, apenas!
Sobre tudo isso meditei...
É uma pena que estejamos de mal, porque brigamos.
Só eu esqueci a desavença.
Você passou por mim, magoada...


As imagens que vi não passaram de pensamentos vazios. 

                             CINDERELA

Quem sabe se consigo me transformar num príncipe
mesmo sendo um plebeu 

(sem o menor jeito para a coisa)?
Quem me dera voltar a sentir essa mágica!
Já deixei de pensar assim. Já passei da idade.
Hoje, a Cinderela me atormenta.
Há muito tempo que não pensava nela,
tanto que até virou nostalgia.
A Cinderela que vive intensamente
nos ideais amorosos da menina-mulher
que , ao mesmo tempo, eu tanto quero,
divagando por esses sonhos lindos de menina!

                     O PINTOR DE QUADROS

Pego a tela branca, a tinta e o pincel
logo que me vem à mente um lugar admirável.
Decido transformá-lo numa paisagem real.

A partir daí, vou pintando o mar, as árvores e o pôr do sol,
observando a imagem, maravilhado, perdido nos detalhes
entre as seguidas pinceladas que executo na tela,
enquanto nem percebo que o tempo perde a importância
desligado que estou do transcorrer de cada hora passada.


Ao analisar minuciosamente o quadro que pinto, indago a mim mesmo:

qual a técnica que estou usando, que me permite tirar da mente

a paisagem que obtive tão nítida?

- Acho isso incrível! Estou situado no momento poético da pintura!
Aqui também estou viajando, só que trocando letras por cores,
absoluto, hoje me sentindo um ser divino, que cria a vida do nada,

após obter, através da pintura, o paradisíaco recanto
que escolhi como o local que eu gostaria de estar agora!

DOÇURA

Tão doces, porém daquele doce às vezes tão fugaz...
Confesso que de vez em quando fogem de mim...
Talvez escondam receios que desconheço,
talvez nos momentos em que o sonho esfria um pouco,

durante alguns poucos segundos,
embora eu os queira sempre cativos,
meus, alheios a qualquer razão diferente...


Eles vagam por várias direções, fazem a minha cabeça,,
quando voltam, se alojam dentro de mim de forma absoluta,
pedem carícias, repousam no ombro que ofereço,
dão-me inúmeros abraços, contidos naquele brilho
enquanto se abrem tal como se fecham,

dando-me muitos beijos,
afirmando a cada dia maior encantamento,
conforme prometem possuir um amor desmedido.


vestem-se do brilho de um tom mais bonito
a inspirar os líricos versos que escrevo,
os olhos da minha doce Inês,
mais doces que o doce pensamento que anda comigo.

                                DIVISÃO

Vão sendo espalhadas no ambiente
constantes fantasias eróticas,
vindas de um alguém que se encontra

bem afastado da realidade.
Embora esteja aceitando junto a diferente amante
momentos físicos de doação pessoal
conserva ao alcance dos olhos,
na cabeceira da cama, uma esmaecida foto da eleita,
que não rasgara...
Ainda por amor... Na lucidez dos sentimentos vagos.

Pouco lhe importa o que a vigente esteja sentindo,
pois apenas entrega o corpo naquele ritual.
A prova disso é que ele murmura  o nome
da diva que tanto o encanta
mesmo durante os "casos" que mantém.
No corpo que lhe proporciona prazer,
troca as mulheres de leito
vai à distante, esquece de quem o acaricia.          

Olha para o retrato
recordando de imediato que teve daquela criatura
afagos diversos, agora findados,
que podiam na totalidade serem vistos
tal era a perfeição de terem sido tão marcantes.
Portanto, voltava a antigas cenas de amor
preso as atuais, no ardor dos distanciados carinhos.

Conclusão: Noite adentro
a difícil façanha vai encontrando seguimento;
um desencontrado homem insiste,

demonstrando estar alucinado
por esquecer quem está longe,
entregue entre carícias diversas
determinadas por volúpias sufocantes,
enquanto, sob fantasias ausentes da atualidade,
estava embevecido pela amada
na procura da paixão entre dois amantes.

Este poema narra a vida amorosa de um homem que, ao mesmo tempo que ama fisicamente uma mulher, se entrega mentalmente ao seu amor verdadeiro, que está distante


Ele conserva dentro do coração essa forma diferente de amar...

                     MENINA DA NOITE

Ela passa, andando calmamente.
Move-se a passos lentos, pela calçada,
seguindo numa direção qualquer,
à espera daqueles
que no leito de amor
vão fazê-la entregar-se,
mais uma vez,
à arte de ser mulher.

Usando uma roupa colada no corpo,
de minissaia de couro, de botinhas
e uma blusa decotada
cobrindo o pouco que se esconde
oferecido a quem possa se interessar,
quando a noite começa,
ela pacientemente espera
por um homem qualquer,

que a pague para se entregar...

Começo a recordar
a época que fizemos planos...

Então moramos juntos...
Sim! Ela deixou de ser uma menina da noite
para se aventurar numa união sólida.
O passado ficou para trás.
Combinamos de olhar só para o futuro
que nos desse afeição sincera
numa vida em comum...

No entanto foram poucas as semanas de amor.
Num certo dia ela me deixou,
falando-me claramente
que a vida que estava acostumada a levar

era bem diferente daquela que vivíamos.
Em resumo: precisava sentir, de novo,
a liberdade perdida,
que só voltaria a encontrar nas ruas.

Num encontro casual

hoje a vejo, no lugar que a conheci.
Passei a recordar aquela noite,

esquecida no passado...

Assim que a vi, cheguei a pensar
que aquela realidade
poderia ser modificada,
se tivesse quem com ela quisesse
mudar o rumo da existência,
dando-lhe a chance de ser amada.
Ou seja, de construir um lar que nunca tivera...
Para deixar de ser um mero objeto
nas mãos de quem a queira
durante poucos minutos, apenas.

Agora, ao me ver,
resolve sorrir para mim,
mostrando um sorriso sem graça
e um jeito de quem
não tem mais o que me dizer.
Aceno-lhe um adeus, mando-lhe um beijo,
viro às costas, indo embora,
tendo a certeza
que ela pertence à noite
e não a mim,
pois ao se entregar
mais uma, das incontáveis vezes
que irão se repetir,
nem irá se lembrar
de quem, um dia,
quis o amor que entrega a todos, por dinheiro,
dado por afeto, somente para si.                                     

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