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POEMAS III - Vestido - Volta ao Começo - Declaração - Além da Morte - Idealização - Faz-de Conta - Uma Gota no Oceano - O Desejo de Ser...

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POEMAS III - Vestido - Volta ao Começo - Declaração - Além da Morte -  Idealização - Faz-de-Conta - Uma Gota no Oceano - O Desejo de Ser...

 

POEMAS IV - A Cigana - Um Novo Dia - Em um Minuto - Cinderela - O Pintor de Quadros - Doçura - Divisão - Menina da Noite

 

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CONTOS I - Cedo Demais

 

CONTOS I - Cedo Demais (final)

 

CONTOS II - Ciranda, Cirandinha...

 

CONTOS II - Ciranda, Cirandinha...(final)

 

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ENCERRAMENTO

                                VESTIDO

Quero me abrigar, quando vier o sol ardente
daqueles dias de quente temperatura
embaixo desse vestido,
vaporoso, fino e provocante
como os meus pensamentos esvoaçantes
à menor brisa que o movimenta,
acompanhado dos suspiros
que não consigo controlar
pelos segredos que em si acalenta.

Por esse véu que balança
embaralha e confunde
quando a brisa o levanta mais um pouco,
é que quero estar nesse vento,
nas reentrâncias e dobras escondidas,
amoldar meus movimentos, me fazer de suavidade,
ser amassado entre o tecido e a pele macia,
seguir o balanço das dobras do vestido
e balançar, balançar, balançar,
assim ficar, fazer assim o meu dia.

E quando a noite vier, se esfriar,
usar esse tecido como manto,
me envolver, fazer um momento totalmente misto,
usar a quentura desse corpo a envolver o meu
para assim - nessa proteção -
viver todos os sonhos em que me visto.
 

                     VOLTA AO COMEÇO

- Crianças, recriem o mundo!
Mostrem aos adultos como se faz isso!
Numa sintonia total com a natureza,
com a beleza,
com a pureza,
com o verdadeiro sentido do sorriso...
Voltem para o começo,
num pensamento de gente bem miúda,
sem maldade alguma,
para que possamos ser felizes.

                   DECLARAÇÃO

Declaro para os devidos fins,
a quem possa interessar,
o comunicado mais importante
da história da humanidade:
- " Eu a amo muito!"


Digo isso para que esse pequeno recado
seja conduzido

pelo vento suave desta manhã,

à espera que a mensagem possa ultrapassar

as paredes desta casa que é a moradia

de um homem apaixonado,

transportada pelas ruas da cidade,

onde irá atravessar os vãos das portas

e das janelas entreabertas no caminho,

nesse percurso direcionado

para a mulher que estou amando.

 

Contanto que você venha a escutar

esse recado com muita atenção,

saiba da intenção que tenho de me declarar,

de falar o que sinto, por amá-la tanto,

pouco importa quem esteja no caminho.

O comunicado estará aberto para todos ouvirem.
Torne-se público o que precisa ser dito.

 

Assinado: Um homem que ama.

                       ALÉM DA MORTE

Devemos procurar um objetivo importante,

que nos impulsione, levando-nos num rumo a seguir,
nessa nossa passagem humana no plano terrestre.

Muito maior do que pensar apenas na sobrevivência
ou imaginar como usufruir dos prazeres existentes no mundo,
precisamos construir boas obras, que poderão ser deixadas
como uma herança para os demais seres vivos.

Nascemos, vivemos,
mais adiante, num determinado dia, morremos.
Contudo, isso só acontece, realmente, neste mundo,
quando ninguém mais tiver alguma recordação

sobre a pessoa que fomos, ou do que fizemos.
Estaremos sepultados definitivamente no esquecimento
das ações, assim como dos pensamentos
que são enterrados, igual ao corpo,

que vira um monte de cinzas, na morte,
caso a nossa existência tenha passado

bem longe de alguma realização
que possa ter tido algum valor

para aqueles que nos conheceram
e permanecerem aqui nesta jornada terrena.

 

No entanto, se fizermos o contrário,

se fizermos a vida valer a pena,

eles nos manterão vivos eternamente,

Nas suas boas lembranças.

                       IDEALIZAÇÃO
                               (para a minha esposa, Maria)

                     
Em diversas ocasiões
cheguei a pensar num amor idealizado,
perfeito, que acreditava somente existir
através das divagações que tirava da mente.

Ela era tão linda! Uma miragem no deserto em que eu vivia
Fazendo-me ver um oásis no meio da areia escaldante!
Era cândida! Repleta dos predicados sonhados!
Sensível igual a uma flor em botão,
dava-me um amor inexplicável, de tão dedicado!
Será que ela existe? - eu perguntava.

O mundo, tão real, me dizia que isso era uma utopia,
até que a encontrei... E com ela estou até hoje! 

                 FAZ-DE-CONTA
                            (para meus filhos, Alan e Daniel*)


De brincadeira em brincadeira
eles passam os anos na consciência de descobrirem as coisas,
seja com o carrinho, com o avião, com a bola...

Com aquilo que imaginarem na hora.

Vivendo num universo à parte
a fim de se sentirem na realidade dos adultos
que ainda não chegou para eles,
o Alan e o Daniel, como tantas outras crianças,
brincam ao esperar inconscientemente pelo futuro
que hoje pertence ao faz-de-conta da imaginação infantil,
com a missão atual de ensaiarem, entre um choro ou outro ocasional,
uma maturidade distante, para vencerem as dificuldades do amanhã.

* O Alan e o Daniel tinham sete e cinco anos de idade, respectivamente, na ocasião que escrevi este poema.

UMA GOTA NO OCEANO

 

O sal incomoda
quando turva a visão
lamentando a sorte,
quando escapa a gota
que escorre do oceano
e nos meus lábios morre.

Descontrolada e ardente
continua a sucessão
de outras gotas
apreciadas em meu semblante,
um oceano espalhado
de várias gotas errantes.

São gotas de chuva
ou de orvalho
na imensidão de um lago,
pingos de água perdidos
para serem fruto do choro
ou mesmo do riso.

Quanta ardência para sentir
porque vejo que nada é a dois!
Das portas da verdade
vejo ser amarga a corrida
ao se constatar o duro fel
de uma promessa fingida.

Os manifestos da tristeza
viajam internamente
e o agito das gotas
aos poucos se acalma,
delas saem soluções esparsas
para acalmar a minha alma.

Tudo é refletido nas lágrimas
com o mesmo sal amargurado
que em ti muito luzem.
Elas querem, quando me sondas,
a razão de no teu oceano
outras gotas agitarem as ondas.

O DESEJO DE SER...

O desejo me faz ser o pente que você usa
na rotina de todos os dias a acariciar-lhe os cabelos.
O desejo me faz ser o batom que a embeleza
porque no carmim que espalho,

me desmancho no mel desses lábios que beijo.
O desejo me faz ser o esmalte

que você escolhe como o seu preferido
porque sinto que estou enfeitando-a mais ainda,

como se isso fosse possível.


O desejo me faz ser os brincos

que a deixam mais encantadora

enquanto eu a acompanho

nesse modo que encontrei
de lhe falar os sonhos que tenho,

confessando aos seus ouvidos, sempre que posso,
a ânsia do romance que tanto almejo.


O desejo me faz ser também o lápis de sobrancelha
que entre uma e outra passada

se consome na luz dos seus olhos de beleza intensa.

 

 

O desejo me faz ser a roupa que a veste
nos momentos de êxtase, a tocá-la,

aonde quer que você, minha princesa, resolva andar.
O desejo me faz ser o sol, o vento, o mar, a chuva...
Enfim, todas as manifestações da natureza,

nesse modo que encontrei de também poder envolvê-la.
O desejo me faz ser o amor por quem você suspira
ao lado dele atravessa os dias, feito somente para nós dois...

Na carícia do sonho por muito lhe amar.

 

 

(Ofereço este poema às mulheres românticas, que acreditam que o amor verdadeiro existe. E que, ao encontrá-lo, uma mulher tem alguém especial ao seu lado, que falará sobre seus encantos femininos, tal como foi dito nestes versos, com carinho, ternura e paixão).

 

OBS: Este poema é muito especial,  porque foi o primeiro que escrevi, quando tentei fazer os meus primeiros versos. Por esse motivo, ele tem um significado especial para mim.

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