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ARTIGOS E CRÔNICAS - Um Ato de Amor - Na Terra do Peter Pan Só Não é Criança Quem Não Quer / Os Sem-Praia - Plante uma Flor no Coração
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POEMAS
POEMAS I - Arco-Íris - A Roseira - Dia de Festa - Vida de Poeta - Despedida - Tempo de Estima - Grampo de Cabelo - Duas Faces
POEMAS II - Imagens no Espelho - Analogia - Jardim - Conhecendo uma Mulher - Céu Estrelado - Mar em Calmaria - Prazer Total - Quando a Noite Vier
POEMAS III - Vestido - Volta ao Começo - Declaração - Além da Morte - Idealização - Faz-de-Conta - Uma Gota no Oceano - O Desejo de Ser...
POEMAS IV - A Cigana - Um Novo Dia - Em um Minuto - Cinderela - O Pintor de Quadros - Doçura - Divisão - Menina da Noite
POEMAS V - O Pequeno Pássaro
PROSA
CONTOS I - Cedo Demais
CONTOS I - Cedo Demais (final)
CONTOS II - Ciranda, Cirandinha...
CONTOS II - Ciranda, Cirandinha...(final)
ARTIGOS E CRÔNICAS - Um Ato de Amor - Na Terra do Peter Pan Só Não é Criança Quem Não Quer / Os Sem-Praia - Plante uma Flor no Coração
PROJETOS
DRAMATURGIA - As Gêmeas/ Drama - O Reino de Cristal/ Infantil - Atribulações em Família/ Comédia de Costumes
CINEMA - Fogo Sob as Cinzas/ Drama/ Longa Metragem - Clube dos Espertos/ Comédia/ Curta
TV/ VIDEO - No Mundo Encantado/ Série p/ o Público Jovem
INFORMAÇÕES
MÚSICA - Vingança dos Carecas
GALERIA DE FOTOS
ENCERRAMENTO
ARTIGOS

A Terra, o nosso planeta.
O maravilhoso lugar que vivemos precisa ser preservado através do AMOR que devemos ter pela natureza.
UM ATO DE AMOR
Estamos no século XXI. Contamos atualmente com os recursos dos computadores (incluindo a comunicação via internet), os avanços científicos na tentativa de curar as doenças mais difíceis e outras conquistas que demonstram até onde o homem pode chegar, em prol da evolução da humanidade.
Os avanços estão bem à nossa frente, para quem quiser constatar o quanto está sendo realizado. A mente humana viaja em todos os campos do conhecimento. E é o certo. O homem pode e deve evoluir, porque é na realização dos ideais que se baseiam as pessoas que deixam algo de construtivo para a prosperidade da humanidade.
Mas, independente dos avanços da ciência e da tecnologia, é preciso que todos tenham a certeza de que o amor é o grande transformador das situações aparentemente intransponíveis. Ele resolve questões que nem as mentes super-dotadas conseguem resolver, simplesmente com a intuição de ser um sentimento puro e sincero. Desse modo, ele encontra o melhor caminho.
A evolução precisa passar do amor à natureza ao amor pelo próximo. Devemos pensar: Por que a natureza é depredada? As florestas são devastadas, oceanos e rios são poluídos de forma irracional e temos que respirar um ar que em muitas vezes chega a níveis insuportáveis de monóxido de carbono. Por outro lado, milhões de pessoas morrem de fome nos países pobres, enquanto alguns poucos privilegiados têm tanto dinheiro que nem imaginam uma maneira de gastá-lo.
Vivemos num planeta que gira em harmonia, numa estreita união com suas defesas naturais. Cada componente da natureza faz parte de uma grande máquina, que se chama Terra. Necessitamos preservar o sistema natural para que façamos parte dele. Portanto, para que possamos estar incluídos nele de forma perfeita.
O homem, com todo o seu avanço, não se une. Ele se separa. O homem não participa da conservação da natureza. Ele joga contra o próprio patrimônio. Numa época de tantas dificuldades e carências, a humanidade está cada vez mais separada por diferenças ideológicas, quer políticas, religiosas ou filosóficas. Falta o amor a tudo que a cerca nesta vida.
Tomara que os próximos anos sejam de mais compreensão quanto aos sentimentos. Não basta a tecnologia, enquanto o número de excluídos do sistema a cada dia aumenta mais. O que precisamos é de uma política mundial que não fique restrita à economia, mas que envolva todo o planeta, num grande ATO DE AMOR.
NA TERRA DO PETER PAN SÓ NÃO É CRIANÇA QUEM NÃO QUER
Vamos voar neste instante para um mundo melhor. Deixemos cair no corpo o pó mágico da fada Sininho, pensemos em alguma coisa muto boa, que faça a humanidade feliz, e lá estaremos, rodeados de crianças, na Terra do Nunca.
Nesse lugar os pequenos nunca crescem e os que já cresceram irão experimentar a magia de encontrar a fonte da juventude; ou seja, a imaginação, que é o primeiro passo para as realizações concretas. Sim! É para lá que nós vamos voar, pois ao contrário do que se pensa, os adultos podem retornar a esse meio se tiverem um espírito de criança que lhes propicie o acesso a esse reino.
Nós, os adultos, no mundo real somos os mestres de uma legião de crianças, que usam a linguagem das imagens presente no universo das brincadeiras. Utilizando esse recurso é que a criança fica adulta, saindo da Terra do Nunca para encontrar os caminhos que a levarão à maturidade. Devemos entender que pela vida afora elas precisarão da imaginação e da esperança para lutarem por momentos melhores, visando o futuro.
E quando a criança não pode usar esse recurso? Passando a um contraste dessa imagem, a criança pobre, infelizmente, devido à situação que vive muitas vezes é obrigada a abandonar o Peter Pan e seus seguidores. Muitas vezes, nem uma família possui, que cuide do lado concreto da vida. A realidade aparece muito cedo para esse pequeno. A luta pela sobrevivência faz com que ignore, mesmo à contragosto, o rumo que seria o certo para percorrer. Resta-lhe seguir adiante, sem olhar para trás e assim, ao mesmo tempo que torna-se desenvolvida mais cedo, fica retraída quando se depara com situações inerentes à sua idade. O que acontece é que perde a jovialidade que o período da infância iria lhe proporcionar. E então ela não consegue assimilar os conceitos da Terra do Nunca - a do garoto voador, vestido de verde, que reside em cada um de nós.
Quanto aos adultos, muitos deles se perguntam em que momento deixaram de viajar com o Peter Pan, abandonando a terra encantada - a que não permitiria que crescessem. O exato momento, quando transpuseram a porta, alguns nem sabem. Presumem que tenha sido na fase da entrada na adolescência. Mesmo assim, às vezes tentam voltar através das formas de acesso que possuem - através de alguns instantes de divagação, que nem podem ser tão acentuados que os façam encontrar o herói da estória infantil, pois já cresceram. Pelo menos é o que julgam ser a verdade. Eles precisam aprender com as crianças que se idealiza hoje o que iremos construir de maneira concreta amanhã.
Sendo dessa forma, devemos voltar constantemente a esse universo tão especial. Adultos e crianças, como num sonho, mesmo que seja de poucos minutos, juntos, vendo a fada Sininho, que joga o pó de pirlimpimpim na multidão que a admira. E esse momento irá proporcionar uma alegria muito grande a essas pessoas porque, afinal, ninguém conseguirá perder o alegre sentido da vida, iniciado no universo presente no espírito infantil de cada um que procura a fadinha.

Os eternos meninos da Terra do Nunca.
Essa garotada nunca cresce, exatamente porque os anos não passam para quem vive nesse lugar.
CRÔNICAS
OS SEM-PRAIA
Já repararam que a vida nos reserva fatos propícios a uma análise, que por simples descaso em muitas ocasiões passam despercebidas pela maioria das pessoas?
Não sei se sou observador demais por tentar perceber algum destaque no que vou narrar, quando sempre esperamos acontecimentos fora do comum para merecerem a nossa atenção. Desse acontecimento que vou detalhar, a não ser pelo aspecto a identifica-lo como um mero processo natural observado constantemente, e que por causa disso ninguém repara, pois nada demais significa para a maioria das pessoas. Mesmo assim vou levá-lo à público porque foi o resultado de uma observação que fiz, estando na praia, num dia de sol.
O fato que passo a contar para vocês aconteceu num domingo, em pleno mes de dezembro. Fui à praia da Urca, mais ou menos por volta do meio-dia. Como era de se esperar, a praia estava cheia, com uma grande movimentação de banhistas, ambulantes com suas barracas de comes e bebes, muita gente na areia se bronzeando e outros tantos na água, que embora estivesse fria, não afugentava os banhistas.
No meio daquele grupo de banhistas, tentei me acomodar num pequeno espaço de areia. Por opção, fiquei próximo da água, que ia e vinha em movimentos quase imperceptíveis. Fiquei ali, observando o vai-e-vem dos visitantes da praia.
Com o tempo, notei que a maré subia. Quem tinha se acomodado perto do mar era literalmente despejado do local por uma onda mais forte, que o obrigava a procurar um lugar mais afastado. Sei que a mesma cena se repetiu diversas vezes, a ponto de uma senhora que estava ao meu lado mencionar:
- Estamos fugindo da água!
Tive que concordar. Fazíamos a mesma coisa constantemente, pois perdíamos espaço na areia a cada minuto que passava. A maré subia enquanto toalhas e outros pertences de uso pessoal eram puxados pelos banhistas para locais afastados, contanto que pudessem estar à salvo de serem molhadas pela água salgada.
O sentido disso, a meu ver, além de ser um método de defesa presente no mar, que joga na praia as impurezas contidas na água, é o de que a natureza, através da subida da maré, nos dizia que éramos visitantes. Exatamente por isso deveríamos aceitar as regras do anfitrião, que tinha seus hábitos cotidianos e não ia abrir mão deles a nosso favor. A rotina do mar permanecia a mesma. Nós é que tínhamos de nos adaptar a ela, se quiséssemos continuar na praia.
Num dia de sol, na praia da Urca...

PLANTE UMA FLOR NO CORAÇÃO
Passeando pelas ruas do bairro da Urca, olhando as plantas que se espalham nos jardins das casas e nas pracinhas, constato o que está acontecendo: Estamos chegando na estação da primavera.
O inverno está se despedindo e a Urca volta a receber em seus pontos turísticos alguns admiradores das belezas do bairro que, ao passar os meses de frio, retornam.
Sendo assim, agora os visitantes poderão aproveitar o clima mais agradável para admirar a natureza, caminhando pelos pontos de maior interesse, destacando um dos mais significativos postais do Rio de Janeiro, a alma da Urca, que é o Pão de Açúcar. Ele será o mais lembrado, com as viagens sendo feitas no bondinho com mais animação. Por esse motivo, aqui no bairro, essa estação do ano será muito bem recebida.
Passando a uma visão mais ampla, já repararam que na primavera as árvores ganham mais vida e o mar parece, à primeira vista, ter um tom mais alegre em suas cores básicas? Essa transformação é propiciada pela estação do amor, do cultivo ao belo e à delicadeza, por ser tipicamente feminina em todos os aspectos. E reparem mais: que sendo portadora de uma mágica especial, a primavera vai mostrando que é uma fêmea sensível, ao desprender uma imensa graciosidade pela face da Terra. O resultado é que as flores e os inúmeros aromas se espalham em grande quantidade.
Para retribuir a tanta dedicação é que vamos recebê-la, então, com a ternura que merece, pois ela irá doar de si muitas flores, como uma mulher apaixonada faz quando recebe o homem amado para um jantar à luz de velas. O romantismo domina em seus gestos.
Quanto à estação florida, da mesma forma, poderá senti-la com mais intensidade quem entrar no mundo que ela nos oferece, de pétalas perfumadas, transbordantes de uma grandiosa beleza.

É bom lembrar que a estação florida agracia indistintamente os espaços de terra ao usar seus enfeites ornamentais, que são a marca registrada desse período que antecede o verão. Tanto o nosso jardim quanto o do vizinho serão presenteados.
Chegando à praia da Urca, andando pela areia, continuo a pensar: Seria bom se pudéssemos dar de presente ao vizinho um vaso de uma planta florida para que ele possa colocar em sua janela ou plante no jardim que tiver em casa. Talvez façamos isso, através de pensamentos, com as pessoas que sentimos apreço. A primavera faz isso sempre, indistintamente.
De maneira literal ou figurada, é importante assimilar a alegria proporcionada a alguém quando tal fato acontece, ou seja, o de ter uma flor em cada residência. Que cada um tome a iniciativa de procurá-la, pelos meios que possua, ou a receba de presente. Tanto faz. O importante é que haja uma ou mais flores em casa, perfumando a vida dos moradores de cada residência.
Na impossibilidade de plantarmos uma planta florida no jardim do vizinho, no sentido literal da idéia, plantemos uma no espaço que nos pertence, seja num apartamento ou numa casa. Ela, ao desabrochar, certamente espalhará seu perfume pelo ar, chegando até o vizinho, exatamente porque ele está próximo da gente. Afinal, o resultado da ação será percebido em tudo que fizermos quando recebermos o agradecimento pela ação e a possibilidade dele fazer o mesmo em relação a outro vizinho, numa corrente de solidariedade irrestrita.
Diante do exposto, mãos à obra! Vamos colaborar com a primavera!
Esses artigos e crônicas foram publicados no Jornal da Urca, em 1996. Os textos foram resumidos, para que fossem colocados nesta página do site.